DGTL, do House ao Techno em uma noite eufórica

Publicado 10 de maio de 2018 | Por Ramon Carvalho | Colunas, News, Reviews

E neste início de Maio, sábado dia 5, aconteceu a segunda edição do festival holandês DGTL. Novamente na cidade de São Paulo, porém em uma nova instalação; desta vez em uma antiga fábrica de livros abandonada, que abrigou 3 palcos (Generator, Modular e Frequency), arte e um público de 12 mil pessoas sedentas por música eletrônica.

Entrando no evento, já demos de cara com o grandioso Generator, que já era o primeiro palco no complexo da fábrica, mas com calma e tranquilidade fomos fazer o reconhecimento do festival inteiro, passando pela pista Modular, que ficava no meio da Fábrica, e seguindo para o Frequency, que teve um espaço open-air. Depois de conhecer as pistas, visitamos as três artes super modernas instaladas pelo festival e fizemos aquela sessão básica de fotos. Voltamos ao Generator onde a paulistana Cashu já construía o ritmo frenético e agitado da noite.

Ao mesmo tempo em que Cashu já botava seu público para suar, Luiz Pareto e Carrot Green , nomes já conhecidos e que ajudam a mover a cena de São Paulo, se apresentavam nos outros palcos. Além deles, o line-up agregava outros importantes nomes brasileiros como Davis, Zopelar, Vermelho, RHR, Linda Green e Max Underson.

Aproveitando que a noite ainda estava só começando, decidimos dar mais uma volta e conhecer a praça de alimentação do festival. Nesta edição, a novidade nas ações sustentáveis veio com a ideia de uma edição sem carne no cardápio, que tinha como intuito conscientizar o público quanto ao consumo de carne e também a reduzir as emissões de CO2 do festival. Nesta hora nos deparamos com uma questão, pois havia apenas 3 foodtrucks. Seria apenas três opções o suficiente para suprir a necessidade de mais 12mil pessoas e também uma variedade suficiente de produtos?

Outro ponto a questionar é o fato de não haver uma área de convivência/descanso especialmente planejada para isso, já que na área de alimentação havia apenas alguns pallets para se sentar e na área externa próximas aos banheiros, os meio-fios e escadas eram os amigos mais próximos que pudemos ter, mas sentados sempre os mais distantes do banheiro possível, já que estes ficaram, vamos dizer… Repugnantes.

Voltando para a pista do Generator, Zopelar já havia iniciado sua sequência hipnótica e intensa, subindo os níveis de ansiedade ao extremo. Cashu e Zopelar representaram lindamente e preparam a pista do jeito certo até a chegada de um dos nomes mais aguardados entre os headliners, Len Faki. Com um set dinâmico e envolvente, com muitas vocais, graves e uma ótima seleção de tracks, o alemão comandou a pista lotada por duas horas que passaram voando, recheada de breaks graves e muito movimento. A pista estava animada, alegre e não parava um segundo. Foi a estreia que todos estavam esperando e superou as expectativas.

Com o fim de Len Faki, outra grande apresentação se iniciava, DVS1 veio com uma construção sonora incrível e mixagens impecáveis, digna de um residente do Berghain, enquanto o palco Frequency explodia de gente para ver o tão aguardado House/Disco de Honey Dijon recheado de efeitos, grandes hits e muito groove. Porém, um dos problemas do palco Frequency foi sua estrutura, que não tinha a capacidade para comportar o enorme público que a DJ trouxe, tanto que durante o set de Honey não havia espaço para dançar e o som não estava alto como deveria, o que fazia a música do palco Modular atrapalhar parte do público.

Chegava a reta final do festival, enquanto o palco Modular recebia o grandioso e introspectivo b2b entre Rødhåd e Daniel Avery, começava a explosão de techno, bpm, luzes brancas e muita gritaria no palco Generator: era a grande hora de Dax J passar o trator em cima da garotada. Mixagens precisas, muito hit, sem conversa. As duas horas mais intensas, cansativas e destruidoras de muitos que estavam naquela fábrica.

Para finalizar em grande estilo, Ben Klock, um dos maiores nomes do techno esbanjou técnica, seriedade e harmonia em suas duas horas, envolvendo e gastando as últimas energias da pista e tivemos até um “bis” quando ele voltou e tocou uma última track, assim pudemos descansar nossas lombares e pernas. Sabemos que o Ben Klock pode pegar muito pesado, mas nesta DGTL ele chegou com um set perfeito para o seu horário (das 6h30 – 8h30), deu o som que a pista precisava para se recuperar da surra de Dax J.

Quanto às outras apresentações: A duo Adriatique veio desfalcada, com apenas um de seus integrantes, mas construiu aquele set melódico e viajante que já conhecemos da dupla; Henrik Schawrz chegou com seu live incrível e nem um problema técnico no final da sua apresentação o atrapalhou, sendo comentado como um dos melhores sets da festa. Já Dixon chegou na finaleira no melhor jeito Dixon de ser, com sua melhor seleção de tracks, muita melodia e uma vibe sinistra. Na pista Frequency o público ficou encantado com o b2b entre Gerd Janson e Prins Thomas, e foi ao delírio com a finaleira de Job Jobse que soltou muitas clássicas e emocionou todo mundo.

Como todo festival, a segunda edição DGTL teve seus erros e acertos, porém, independente de qualquer erro, a DGTL São Paulo veio para ficar e nós gostamos muito disso! A próxima edição está marcada para 4 de Maio de 2019. Será que a DGTL irá continuar nos surpreendendo? Quais são suas apostas para a próxima edição?

Fotos: DGTL – Videos: Techno Perfect

Redação: Ramon Carvalho e Pedro Kovalik

 

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