Expoente do Hard Techno, Adorn anuncia novo álbum e nos conta alguns detalhes desta novidade

Publicado 24 de fevereiro de 2023 | Por Techno Perfect | Entrevistas, News

DJ e produtor busca novo checkpoint em sua carreira

Quando descobrimos que Adorn lançaria seu álbum debut em 2023, a boa notícia não necessariamente chocou quem já acompanhava o seu trabalho. Afinal, nos últimos anos, o DJ e produtor paulista de Hard, Dark e Industrial Techno já tinha colhido os frutos de sua rotina intensa e trabalho sério com sua arte. 

As conquistas foram muitas… lançamentos na DSR Digital e Cartel Recordings; inauguração da sua própria label Rave Lemon; entrada no cast da agência italiana Sostanza, uma turnê internacional e presença frequente no Top 10 de Hard Techno no Beatport

O trabalho de Adorn no estúdio também já impressionava por sua criatividade, e víamos o artista se desafiar tanto em suas original mixes quanto remixando o desande de Victor Lou. Com o lançamento do álbum “Kill Out Masterpiece” cada vez mais próximo, Adorn já deixou claro em suas redes sociais que a sua estética sonora terá uma característica principal, o Hard Progressive Techno. 

Felizmente a gente já ouviu “Kill Out Masterpiece” na íntegra e já pode confirmar que vem peso aí, mas como a gente ama uma fofoca, conversamos com Adorn para entender as expectativas para o lançamento, que acontecerá no dia 27 de Fevereiro, no Beatport, além de mais detalhes sobre o seu momento de carreira. 

Techno Perfect: Oi, Andy, tudo bem? Podemos começar falando sobre o seu momento atual na carreira. Você está onde esperava? Ou, até mesmo, sente que foi além? 

Adorn: Tudo bem sim, obrigado! Acredito que sim, na verdade os últimos anos de carreira foram aqueles 50% de carreira que é o “padrão” para qualquer artista. É o que o mercado já exige de alguma forma de qualquer artista novo. Agora estou naquele ponto de divisão de águas e explorar o famoso “Oceano azul”. Claro que percorri tudo isso de uma forma disruptiva, cada artista tem uma carreira e as coisas acontecem de acordo com cada um. 

Sim… já fui além várias vezes, o artista é o famoso criador e solucionador de problemas haha. A cada hora vem uma nova ideia (problema), e você artista tem que fazer aquilo acontecer (ser a solução). Foi o que comentei com Guilherme, dono da Hailworks, antes de pegar a pista do Dimi (AnD) na Tantsa. Ele olhou para a pista lotada e me disse: “Confio muito em você, mas vai ser b.o pegar essa pista” E eu respondi: “Normal, eu não queria o problema (Tocar na Tantsa)? Ta aí! É só eu resolver hahaha

Techno Perfect: Se os últimos anos te mostraram ser possível viver de Hard Techno, isso seria impossível sem um equilíbrio entre saber da arte e saber do business. O que você considera indispensável para um artista chegar longe em um nicho musical tão específico?

Adorn: Saber do seu business é essencial, mas não é o bastante. Atualmente no Brasil não existe um business formado para o Hard Techno, porque nenhum artista chegou ao Mainstream no país com o estilo de som, diferente da Europa. E além de tudo isso, existe o fator do artista apresentar suas verdades, isso eu converso e conversei muito com o Victor Lou, ele mesmo um dia me disse uma frase que me impacta todos os dias. Nessa conversa ele disse que eu teria que mudar a minha vida com a música, e que isso iria mudar a vida das pessoas, que depois disso as pessoas iriam me ver como referência e consequentemente o mercado. E se eu tivesse 1 fã, eu poderia ter 1 milhão deles.  

É um mundo muito complexo, cheio de armadilhas e frustrações, não apenas sobre só fazer música.  E infelizmente está chegando o dia que vou ter que deixar o país para ir para a Europa de vez, mas enquanto isso sei que tenho obrigação de deixar o melhor legado possível no Brasil. Alguém tem que deixar claro essa nova ponte desse caminho. 

Techno Perfect: Sua identidade musical sempre despertou curiosidade no ouvinte, dentro de sua estética debochada e forte, tanto no som, tanto em suas mensagens. Quais são as mensagens de “Kill Out Masterpiece”? 

Adorn: A obra toda fala por si só, é uma obra pensada, trabalhada. O próprio nome já é uma mensagem. É um álbum rodeado por críticas que trazem um novo rumo, uma nova linha de pensamento, uma quebra de padrões. É um convite a um mergulho interno, por isso é acompanhado do Songbook digital °Behind The Album°, através dele você consegue fazer esse mergulho na obra e no seu próprio “eu”. 

A cada cópia do álbum ou de track vendida, será enviado o Behind The Album, nas lojas digitais terão as instruções para isso.      

Techno Perfect: De que maneira as faixas podem ser categorizadas como Hard Progressive Techno e como as faixas deste álbum mostrarão um lado diferente do que já ouvimos de você até o momento? 

Adorn: O posicionamento do estilo de som nada mais é que uma evolução do Adorn que já foi apresentado desde o meu primeiro release. Sempre olhei para o Hard Techno e sentia falta de mais melodia, mais bateria, mais vocais nas tracks, e isso é uma crítica que muita gente faz para o gênero. A progressão nas tracks podem ser notadas logo de cara, e isso é apresentado de forma mais lenta ou mais rápida. As tracks do álbum podem ser tocadas na pista desde o primeiro minuto até o último.

Era uma coisa que eu sentia muita falta nas tracks atuais de Hard, que pelo meu estilo de entrega na pista, uma track que tem 6 minutos, eu tocava 2 a 3 minutos dela, pois era o momento mais cheio e depois disso ela não progredia para algo novo ou algo que chamasse a atenção da pista. Todas as tracks do álbum são dinâmicas para qualquer tipo de pista e de entrega. 

Techno Perfect: Tem alguma track do novo álbum que você considera um marco em sua sonoridade? Se sim, por quê? 

Adorn: Sim, pelo menos 4 tracks!  Acredito que pela estética que consegui criar, as conversas de todos os elementos da track, de deixar mais claro a progressão e o Shoegaze que já vinha falando antes e, como eu disse, o álbum todo foi pensado e todas as tracks conversam entre si e uma das coisas que mais trabalhei para evoluir foi fato das melodias soarem o nome da track.

Techno Perfect: Quais são as referências (de qualquer área da arte) que você considerou durante o processo criativo de “Kill Out Masterpiece”? 

Adorn: Entre referências explícitas e implícitas, tudo isso está no Behind The Album. O grande mistério está aí… 

Techno Perfect: O que este álbum diz sobre você e o que você espera atingir com ele?

Adorn: Todas as minhas verdades internas como artista. Essas verdades internas estão explícitas nele e até agora é o trabalho que mais sinto orgulho. É o tipo de álbum que é póstumo, mas estou mais vivo do que nunca! É o release que fiz para ser lembrado e revisitado durante a vida e após a morte, tem muita coisa por trás dele, por trás de mim…

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