Gioh Cecato fala sobre adaptação e a cena eletrônica de Miami

A brasileira conquistou o circuito Miami-NY com sonoridades que transbordam potência

Por Louise Lamin

Carregando nas veias sangue artístico herdado de uma família de músicos, a brasileira Gioh Cecato logo cedo, em suas primeiras raves e festivais, sentiu seu chamado para adentrar o universo da música eletrônica. A resposta da artista à vocação, no entanto, só veio anos mais tarde, já nos Estados Unidos, quando decide largar o emprego como correta imobiliária para se dedicar exclusivamente à carreira de DJ e produtora, reverberando pelas pistas de Miami Beach sua grande paixão: a força e potência de um bom Techno Hardcore. 

Porém, em uma cidade em que os sons que se destacam estão mais voltados à House Music e suas vertentes, Gioh precisou de habilidade e tato para se sobressair. No começo, ela conta que foi um pouco complicado se ajustar a cena local de Miami, tanto que chegou a tocar muitas vezes o que não curtia só pelo prazer de estar na festa e para se inserir pouco a pouco no mercado.

“Um dos primeiros clubs mais alternativos que toquei em Miami chamava-se Electric Pickle, e rolava umas noites mais underground/techno. Depois desse club fechar as portas em 2019, ficou um pouco mais difícil me encaixar nos line-ups”, conta ela, que continuou tocando em outros lugares como a famosa Treehouse, em South Miami Beach, e outras festas um pouco menores que aconteciam em Fort Lauderdale, mas sempre com um BPM mais “alternativo” e no qual se ajustava para o estilo de cada festa. “O segredo era saber dosar o BPM e me ajustar a cada festa, sempre sabendo ler o público também. Após ter lançado meu primeiro EP com a label de Miami Descend Records, virei residente das festas que eles organizavam e comecei a me inserir mais na cena local”.

Hoje, no entanto, Gioh Cecato já atua como residente em duas labels importantes de Techno no circuito Miami-NY. Além da Descend Records, assume a posição também na Techno Brooklyn, oportunidades que já a fizeram dividir lineups com nomes como Kobosil, Dubfire, Clara Cuve, Tommy Four Seven e Indira Paganotto, transmitindo sempre a essência do Hard, Acid e Industrial Techno em seus mais altos BPMs. Ela também falou um pouco mais sobre alguns pontos da cena eletrônica de Miami:

Percepção de local, horário e público

Miami é o paraíso das festas de house e vertentes.  Muitas pessoas do mundo inteiro vem para Miami para curtir, portanto, festas existem literalmente 24/7! Já as festas de techno são mais restritas, acontecem mais ou menos 1 ou 2 vezes por mês, organizada sempre por labels locais ou o famoso “Club Space”. 

Quais sons levar, como fazer a curadoria

A minha curadoria de tracks quando toco em Miami é sempre mais cuidadosa. Tento sempre encaixar um techno mais “suave”, mas também tento trazer nos meus sets o meu estilo pessoal, afinal, é muito legal poder sempre entregar um pouco além do convencional — e é assim que você se destaca. Seja diferente! 

Mais uma dica que considera especial

NÃO TENHA MEDO DE EXPRESSAR SUA PERSONALIDADE! É ela que tornará o seu estilo autêntico e original. E não deixe os seus gostos pessoais de lado, é um dos maiores erros que você pode cometer na busca pelo seu estilo dos sonhos.

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