Labeling #003 – Entrevista com Eddy M

Poucos são os artistas que possuem tanto carisma e que conseguem transmitir sua paixão e gratidão apenas respondendo perguntas em uma entrevista. Nossa ultima entrevista da Labeling da Elrow é com o residente Eddy M, nome por trás da gravadora Drumkit Records e artista que se disponibilizou para trocar uma ideia conosco, nos contando e compartilhando um pouco de sua história como DJ e junto da Elrow, falando um pouco de suas dificuldades, como atingiu a marca pela primeira vez e como é viajar o mundo inteiro ao lado de uma das maiores festas do mundo.

Eddy M possui tracks colaborativas com nomes como Sabb, onde teve seu primeiro hit atingindo suportes de nomes como Carl Cox, Mathias Tanzman e Marco Carola, além de ter recebido remixes de Dennis Cruz, Okain que recentemente lançou na Infuse, sub-label da gigante Fuse London e também possuir lançamentos em gravadoras como Stereo Productions, NOPRESET e Safe Music.

Eai Eddy! Eu já acompanho seu trabalho a algum tempo, desde a época que a gente bookou o Eddie M do Brasil em uma de nossas festas e notamos “Oh my, existem 2 eddies”! Essa época era mais ou menos em 2014, e as coisas ainda estavam começando a acontecer para nós por aqui. Então por primeiro, o que tu pode nos contar sobre a sua história com a Elrow? Quer dizer, quando ela começou, como você acabou se tornando residente de uma das festas mais insanas do mundo e quando foi sua estreia nela?

Hey pessoal, prazer em conhecer vocês! Então, minha história se inicia em 2011, quando eu terminei meus estudos e estava certo sobre meu amor por produção e instrumentos musicais. Morando em Sicília, na Itália,era muito difícil conseguir crescer meu level e experiência como um DJ/produtor. Eu estava vivendo em uma pequena cidade, com 15000 pessoas e era impossível para mim mostrar minha arte e minhas ideias lá. Quanto eu me mudei pra Barcelona, já no primeiro dia que eu cheguei na cidade eu fui numa Elrow, e era como se eu estivesse em um sonho! Uma vibe irada, muitas cores, felicidade e o dia estava ensoloradíssimo. Foi um sonho pra mim, então depois desse dia tudo que eu conseguia pensar era “Eu quero ser um residente da Elrow, e eu vou conseguir conquistar isso”. Então, minha única chance era “Produzir boa música, conseguir bons suportes e tentar com todas as minhas melhores energias conquistar o negócio certo para me tornar um residente da Elrow”. Em 2012 eu fiz minha primeira collab com um ótimo artista, chamado Sabb. Nós conseguimos um resultado incrível com essa track. Logo que atingimos o TOP100 tech-house eu fui em uma outra Elrow, e enquanto De la Swing estava tocando o set dele eu comecei a escutar a minha track sendo tocada por aquele enorme soundsystem e pensei “Meu deus, é a minha track Cowbell Talk”. Então logo em seguida eu comecei a colocar minhas mãos pra cima e gritar “Hey Man, It’s my track, Fuck yeah, it’s my track”! Logo em seguida ele me convidou para ir pro backstage e nós começamos a conversar sobre música. Eu fiquei realmente muito feliz. Você realmente não vai conseguir imaginar o quão feliz eu fiquei, apenas de ter a oportunidade de conversar com o De La Swing já era um sonho para mim. Então, pelos próximos 3 anos a Elrow estava procurando por residents e eu estava vivendo em Ibiza, procurando por um emprego, eu estava muito precisando de dinheiro e conseguir um emprego era impossível. Eu estava tão triste, me sentindo sozinho e perdido, eu fui forçado a voltar pra minha cidade natal Sicília, sem emprego. No final de tudo, meu celular começou a tocar e era Juan Arnau, me perguntando se eu estava livre e aceitava ter uma reunião com o time da Elrow, porque eles estavam procurando por um novo DJ/residente para a equipe, e eu havia sido escolhido para isso. Quando a ligação terminou, eu comecei a chorar. Foi indescritível o que eu senti, tanto para mim quanto para a minha família.

Tu pode nos contar um pouco mais sobre seus primeiros suportes? Quem foi a primeira pessoa que te deu suporte?

Os primeiros grandes suportes começaram com a track “Cowbell-Talk”, feita em colaboração com o Sabb”, graças a Be.at.TV e o DanceTrippinTV livestreams durante o Sonar-week Barcelona 2012 e também as 2 semanas que antecederam a abertura do verão de Ibiza. A track foi tocada muitas vezes por grandes nomes como Carl Cox, Marco Carola, David Squillace, Matthias Tanzmann e muito mais. Um monte de gente viu esses clips e nós conseguimos um monte de contatos bons da indústria. Eu abri muitas portas com esse release. Foi muito mais facil ser considerado pelos grandes nomes depois do release da Cowbell Talk.

Nós imaginamos que a Elrow faz você viajar muito, fazendo com que tu conheça vários países, cidades e novas culturas. Será que você poderia nos contar um pouco mais sobre a sua experiencia e como isso faz você crescer na sua carreira?

Ser um artista/DJ é difícil e nada fácil muitas vezes. Assim como em outros empregos, é necessário fazer diversos sacrifícios. Vários voos, longas esperas nos aeroportos, rodovias e trens. É muito louco, mas ao mesmo tempo eu amo tudo isso. Compartilhar minha música em diversos países é algo muito bonito e profundo. Eu estou conhecendo diversas pessoas, algumas do bem, algumas do mal. Eu estou crescendo minha experiência primeiro como pessoa, e depois como DJ. Eu sou muito curioso para descobrir mais e mais sobre esse mundo, e se eu fosse definir todas as experiências que eu tenho na minha vida com apenas uma palavra eu ia escolher “Mágica”. Foi a partir dessa ideia que eu nomiei a minha track “Magic Funk”, que foi lançada na minha própria gravadora Label Drumkit Records.

Nós notamos que você tem releases em gravadoras como Sanity de Cuartero, Lemon-Aid de Dennis Cruz, Stereo Productions de Chus e Cebalos, Snatch! Do Riva Starr e por ai vai. Então, quais são as próximas gravadoras que estão na sua mira? Qual gravadora você quer alcançar, e o que podemos esperar da sua música daqui pra frente?

Falando sobre gravadoras, meu primeiro sonho seria a Intec, a gravadora do Carl Cox – que falamos em nossa coluna labeling aqui(https://technoperfect.com.br/labeling-001-intec-digital-by-carl-cox/) tanto pelo som, quanto porque pra mim o Carl cox é rei, o verdadeiro rei desse “mundo underground”. Eu queria ser algum dia como ele, com a energia dele e sua musica, sua levada musical. Ele é um perfeito exemplo de um verdadeiro “DJ/Artista”. Por segundo, Defected. Eu estou tentando conseguir um “House beat” para essa gravadora. Eu realmente adoro a vibe R&B,Hip Hop e Classic House dessa gravadora. E por ultimo… um grande sonho pra mim falando sobre labels? Hot Creations.

A Elrow veio pela primeira vez pro Brasil em Dezembro, e as coisas estão começando a acontecer cada vez mais por aqui, com edições anuais de festivais como Tomorrowland, Eletric Zoo, DGTL, Dekmantel, Ultra Music Festival, BPM Festival, e muito mais. O que você já escutou daqui e qual é a sua visão sobre o Brasil?
Eu acho que o Brasil é o melhor país de todos os países da américa do sul para se fazer uma Elrow. Nosso show temático “Sambodromo do Brasil” é o meu favorito, e com certeza irá encaixar como nunca encaixou antes. As pessoas gostam da “Formula da Elrow”, dias ensolarados, cores e alegria. Se você ainda não viveu nada similar, minha sugestão é se jogar e tentar vivenciar essas experiências na Elrow, porque você nunca vai esquecer delas.