Falamos com Lutgens, produtor que encontrou seu propósito de vida no Techno

Publicado 14 de dezembro de 2020 | Por Marllon | News

Conheça o trabalho do artista paulista e ouça seu novo EP, Fear Of The Dark 

A cena underground tem ganhado corpo a partir de novas entradas artísticas, independente do estilo, mais e mais pessoas fazem da música eletrônica seu caminho de vida. O boom do Techno nos últimos anos respingou em diferentes lugares e atingiu também Henrique Dutra aka Lutgens, artista que ingressou neste universo a partir do PsyTrance, mas hoje não se vê em outro lugar a não ser dentro do Techno. Com pouco mais de três anos de experiência, ele tem emplacado alguns releases por labels internacionais e seu mais novo trabalho é Fear Of The Dark, assinado pela gravadora francesa Panterre Musique.

Techno Perfect: Lutgens, tudo bem? Todo artista tem uma história diferente sobre como conheceu a música eletrônica, qual é a sua? Fale também um pouco sobre você…

Fala galera, obrigado pelo convite! Sou Henrique Dutra Lutgens, tenho 26 anos e toco/produzo há pelo menos três. Nasci em São Paulo, mas cresci em Itirapina, no interior, e hoje moro em Mogi Guaçu. Minha história com a música eletrônica começou em Itirapina, foi com meus amigos de lá que conheci as raves e o psy-trance, isso por volta de 2013. O Techno conheci tempos depois através da internet, pois naquela região o foco das festas era mesmo o Psy e algumas sub vertentes. 

Então você é um cara bem novo ainda na indústria… quais estão sendo seus maiores desafios nestes anos iniciais?

Até pouco tempo atrás tive dificuldade de entender o mercado. Como ser ouvido, planejamento de lançamentos, carreira e tudo mais. Fui fazendo música e lançando, até que comecei a ver que não era só isso. Doce ilusão de que o artista precisa apenas produzir, rs. Foi quando procurei o Tarter para fazermos uma mentoria de carreira e agora tenho compreendido tudo melhor.

Seus primeiros lançamentos começaram a sair mesmo no início deste ano? Você tem um “carinho especial” por algum deles?

Na verdade tenho carinho especial por todos, mas dois deles um pouco mais, que é pelo meu EP “I Can Feel” pela Compacto Records e o EP “Meaningless Horizon” pela Klubinho. Foram os primeiros a serem fechados em junho do ano passado, quando eu passava por um momento complicado em minha vida. Me senti ali realizando um sonho. Era tipo “alguém gostou da minha música, que daora”, foi muito importante pra mim.

E quais são suas principais referências dentro ou fora da música eletrônica? Seja na parte de Djing ou mesmo na produção musical…

Minhas principais referências na produção são Matt Sassari, Metodi Hristov, Wehbba, Oscar L, André Salata, Ilario Alicante, Anna, Spuri, Dj Lion, Drunken Kong, Alex Stein, Fer BR, Victor Ruiz, Bart Skils e mais um monte! Na parte de discotecagem admiro muito o trabalho desses que citei, mas também do DJ Murphy, Renato Ratier, Joseph Capriati, Dubfire, Tarter, Paul Kalkbrenner, Carl Cox, Paco Osuna, Nic Fanciulli… Melhor parar por aqui se não vai faltar espaço [risos].

Fear Of The Dark é o seu novo EP pela Panterre Musique, da França. Como você chegou até o selo? Já acompanhava os trabalhos deles anteriormente?

Pesquisando lançamentos desses artistas de minha referência, acabei encontrando o selo Panterre Musique, do Matt Sassari. Ouvi as músicas dele que saíram por lá, assim como de outros artistas e gostei muito. Achei que minhas músicas combinavam com o selo e enviei, dias depois recebi o email para lançarmos  EP.

E qual é a mensagem que você busca transmitir através das três faixas originais do disco?

Desejo que as pessoas ouvindo o EP sintam toda a energia e sentimento que tive enquanto as produzi. Que dancem assim como dancei enquanto produzi.. A faixa “Fear Of The Dark” eu quis fazer algo mais “calmo”, introspectivo, mas ao mesmo tempo dançante. Já as faixas “Confused Mind” e “Crazed”, não fiz nada de caso pensado. Apenas fui produzindo o que fluia.   

Apesar da pandemia ter adiado alguns planos, o que você vislumbra pela frente? Como você se imagina no futuro?

Me imagino sempre produzindo muito, lançando músicas, mas me imagino também tocando nas festas, viajando, conhecendo pessoas legais e fazendo boas amizades. Vivendo sempre em função da música e evoluindo. 

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