PsyTrance e Techno: como cada estilo influencia a identidade sonora do Nevrau?

Publicado 26 de outubro de 2021 | Por Marllon | News

Por Maria Angélica Parmigiani

Muito tempo antes de se transformar um projeto artístico, Carlos Zampieri e Fabian Ventura viveram de forma intensa o boom do Psytrance nos anos 2000 e pode-se dizer que essa base foi imprescindível para formatar o duo Nevrau. Eles, desde novos, já eram envolvidos com a Dance Music, mas ao descobrir o Psy, enxergaram uma expressão artística totalmente diferente do que estavam habituados. 

“A cena do Psy em Santa Catarina sempre foi muito forte, os lineups contavam com muitos artistas internacionais, principalmente os israelenses. Logo em seguida veio o interesse de começar a produzir e não tivemos dúvidas em começar por esse gênero. Como a gente já teve uma banda juntos, existia um relacionamento e interesse musical em comum, e de forma natural nos unimos para iniciar no mundo da produção”, relembram.

O Nevrau surgiu de fato em 2018 pelos dois amigos e hoje traz em seu escopo toda a potência e força do Techno “Peak Time”, mas basta alguns minutos de audição para perceber que existe uma fórmula singular agindo e misturando a essência de outra escola tão importante quanto essa.

“Uma das coisas que nos fascina nessa mistura é a possibilidade de aliar batidas mais densas do techno, com as melodias expressivas do trance. Podendo explorar esse lado mais sentimental, despertando os mais variados sentimentos, sem deixar de ser agressivo. Temos vários artistas que são referências, como Spektre, Hell Driver, Superstrobe, Teenage Mutants, mas nós não temos uma fórmula estabelecida, tentamos deixar o nosso processo de produção bem natural e livre. Com isso, essa mistura acaba ocorrendo de uma forma mais espontânea”, explicam.

A chancela principal que mostrou a eles que esse era o caminho certo veio no mesmo ano de formação. Acid Alive, o primeiro EP, bateu a marca #9 no Top 100 releases no chart de Techno e #31 no Overall do Beatport. Não é algo que vemos com frequência, muito menos algo fácil de se conquistar. “Foi uma sensação de surpresa total, jamais imaginávamos isso. Já estávamos felizes simplesmente por ser o nosso primeiro lançamento oficial, mas acabou nos surpreendendo mais ainda”.

Mas tanto o amor pela música, quanto a produção musical, já fazem parte de suas vidas há mais tempo. O que era hobby desde 2005, virou profissão e ao que tudo indica, temos muito para ver sobre eles. Recentemente, a dupla ganhou um suporte de medalhões como Wehbba e mais recentemente de ANNA, diretamente do Awakenings.

Agora, eles se preparam para retornar às gigs em formato live act, além de um novo EP que será lançado em breve. “Quando começamos a frequentar as festas de Psytrance, a nossa curiosidade inicial era saber de onde vinham aqueles sons e como a música era composta. Já tínhamos uma ideia do que era discotecar, mas a atenção se voltou total para a produção musical. Agora estaremos dando start no nosso live act, um sonho antigo que sai do papel. Nosso plano para o futuro é continuar trabalhando muito e poder levar a nossa arte pelo mundo”, concluem.

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