DGTL São Paulo 2022 entrega muita qualidade, tanto em musica, quanto em organização.

Publicado 20 de abril de 2022 | Por Ramon Carvalho | Destaques, News, Reviews

Após 2 anos sem eventos, os amantes do Techno estavam ansiosos e com grandes expectativas para a primeira edição da DGTL São Paulo pós pandemia, a responsabilidade era grande. A marca DGTL sempre esteve atrelada a trazer grandes nomes do Techno na cena nacional e internacional e esse ano com a nova organização não foi diferente.

Chegamos poucas horas após o inicio do festival após uma longa viagem saindo de Curitiba, e nosso primeiro passo foi conhecer toda estrutura do festival. Passando pela praça de alimentação, os três palcos: Modular, Generator e Frequency e também pelas instalações gerais do festival. Destaque para o Portal inteiro de LED projetado pelo icônico Muti Randolph, responsável por diversas estruturas e instalações por diversas festas, festivais, clubes e também empresas pelo Brasil e também internacionalmente.

Praça de alimentação

A praça de alimentação da edição de 2022 da DGTL foi de longe, a que melhor atendeu o público se comparada as últimas edições. Como o propósito do festival atinge o consumo de carne zero, as opções disponíveis eram todas vegetarianas e veganas, porém a variedade não deixou ninguém na mão, com coxinhas, açaí, hamburguer, batata frita dentre outras opções, variando de 15 a 35 reais. A praça ficou localizada entre os palcos Generator e Modular com um ambiente espaçoso, não interrompendo o fluxo de pessoas, nem faltando espaço para comer sentado.

Palco Modular

O line-up do palco modular foi estruturado de maneira assertiva prezando pela evolução sonora indo do Techno melódico para a essência mais pura do Techno. No início da festa os Dj’s nacionais Marco S e Junior C marcaram a presença dando início a uma grande noite. Às oito horas entrou o primeiro nome internacional, a Dj alemã Melanie Ribbe e logo em seguida Jan Blomqvist com muita melodia e vocal com uma apresentação live. Na sequência veio o Duo brasileiro Binaryth dando uma “esquentada” já com a pista mais cheia passando para um dos grandes nomes da noite, Innellea com mais uma apresentação live e com direito a manifestação solidária a Ucrânia, momento muito especial na festa.

Renato Ratier recebeu a pista ainda em uma atmosfera mais melódica e teve a maior responsabilidade da noite no palco Modular em transacionar o Techno melódico para entregar a altura ao Len faki. A evolução sonora foi bem perceptível na reação das pessoas, elevando o BPM e passando para um ambiente mais “agressivo” e animado chegando mais próximo ao ápice da festa.

O mais esperado por muitos que estava no palco modular, Len Faki entrou sem cerimônia já atingindo o seu máximo no início do seu set. Como a próxima a se apresentar era a Amelie Lens, o Dj ficou à vontade a uma fazer apresentação bem crescente e dinâmica deixando o palco Modular com a cara do Techno. 

Às seis horas da manhã, a queridinha do público, Amelie Lens, também muito esperada por todos, entrou à vontade e muito livre para fechar do jeito que queria. Com uma apresentação com pouco menos de efeito e o BMP mais elevado, Amelie deixou o clima perfeito para os amantes do Techno.

Palco Generator

O palco Generator começou com uma sonoridade já agressiva, chegamos no fim do set da Cachu, que dava o tom do que estava por vir. Techno com altos BPMs, sem muito descanso para o público. Logo após, Tessuto assumiu a pista. Aos poucos o Generator foi enchendo enquanto o artista moldava a pista com um tom dançante e com graves bem marcados.

Eram 22horas quando Klangkuenstler começava sua tão esperada apresentação. Sons intimistas e hipnóticos tomaram conta do ambiente e o hardtechno reverberava nas diversas mixagens de altíssima qualidade do artista, levando a pista aos primeiros momentos de entusiasmo coletivo.

DJ Murphy veio na sequência testando toda potência que o sistema de som poderia entregar. Musicas dançantes e bem marcadas, porém ficamos com a sensação que o set ficou um pouco forçado para manter o ritmo da pista, o que fugiu um pouco do que já conhecíamos da qualidade de som do artista.

Nesse momento já estávamos a cerca de sete horas no festival, e o cansaço começava a aparecer, mas ainda tinha um longo caminho pela frente. E o próximo passo seria passar por SPFDJ.

SPFDJ era um nome que pouca gente conhecia até o momento da sua apresentação, mas que deixou sua marca na DGTL SP 2022. Um set recheado de acid techno, altos bpms e mixagens insanas não deixaram ninguém parado um só minuto. A artista esbanjava elegância enquanto soltava pedradas atrás de pedradas pelo sistema de som. Até então era o melhor set da noite.

Novamente enquanto o cansaço começava aparecer, trocava-se o DJ, e entrava ninguém menos que Dax J para roubar toda energia que poderia restar na turma que ficou no palco Generator. Dax J veio com um som cheio de elementos sem perder os altos bpms. Não se via uma pessoa na pista que não estava dançando a todo tempo, aproveitando o espaço que havia se formado pela turma que saiu para ver Len faki no outro palco.

Começava amanhecer quando um dos artistas mais esperados aparecia no palco, I Hate Models.

Meus amigos, o rapaz deu aula na sua estreia, misturou hardtechno, musicas latinas, full on, progressive e entregou tudo que o público esperava e mais um pouco. Com mixagens extremamente dançantes, vocais e esbanjando carisma, ver o garoto tocando foi um show a parte. Aos poucos a pista começou a encher novamente e quando chegava o fim, o Generator nunca esteve tão cheio, quem passava pelo palco, parava para ver o garoto que odeia modelos. Quando tudo acabou, o gostinho de quero mais estava estampado no rosto de todos.

O Generator foi marcante!

Palco Frequency

Com exceção ao primeiro contato que tivemos com o palco logo após entrar no festival, quase não fomos ao palco, salvo uma rápida passagem no fim do set do Denis Sulta, enquanto tocava Yeah Yeah Yeahs –  Heads Will Roll (A-Trak Remix), mas logo voltamos para o Generator.

A DGTL SP 2022 conseguiu apagar toda a imagem ruim que a última edição tinha deixado no calço do festival por conta da falta de organização entre festa/after. Uma estrutura muito bem disposta, com seguranças, banheiros, line-up, conforto para o público. Os palcos dividiram muito bem as três sonoridades propostas, e com certeza deixou uma ótima impressão. Uma das melhores festas que já foram organizadas. Parabéns a equipe!

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