Entrevistamos Rangel Coelho que segue a todo vapor entregando lançamentos potentes para cena eletrônica

Publicado 14 de junho de 2023 | Por Marllon | Destaques, Entrevistas

por Mia Lunis 

O talento de Rangel Coelho é inegável e imparável. O DJ e produtor já presenteou o público com verdadeiras pérolas para as pistas através dos catálogos de selos como Gain Records, Reload Records, Stick Recordings, Dolma Red e Mavic Music. Com uma abordagem dedicada, perspicaz e sensível, Rangel entrega excelência e o peso na medida certa em uma discografia que segue crescendo e conquistando um séquito admirável de seguidores. 

O produtor conquistou parcerias com artistas de renome e possui uma lista respeitável de faixas assinadas por nomes de peso da cena como Matteo Magni, Pablo Caballero, Mittens, Andres Cetre, entre outros. Para todo artista a arte é uma tradução de sua essência, sentimentos, pensamentos e expressão, seguindo essa prerrogativa, Rangel traduz como poucos sua personalidade musical através de experiências vividas na cena eletrônica e também fora dela —  se conectando com o público de maneira genuína, algo que o público sente ao escutar suas faixas. 

Rangel acaba de lançar mais uma obra inspiradora e prolífica para as pistas através do catálogo da Kaligo Records com o EP “Obscurity”, uma obra composta por duas faixas originais. Recebemos o produtor para uma entrevista, onde ele conta parte do seu processo criativo e satisfaz algumas de nossas curiosidades, acompanhe!

TechnoPerfect – Rangel, é um prazer recebê-lo para esta entrevista! Você despertou o interesse de nomes como Umek, Pretty Pink, Barbuto, entre outros, mas queremos saber o inverso, quais são suas maiores referências para produzir?

Olá, satisfação, minhas inspirações são o próprio Umek e também o The YellowHeads, que eu faço parte do casting da label deles, Reload Records. A Pretty que me inspira também com suas melodias viajantes, e também, sou o único brasileiro que lança na Wanderlust, label fundada por ela. Mas, o Layton Giordani, Pleasurekraft e o duo Balthazar & JackRock são os meus 3 principais produtores.

TechnoPerfect  – Você tem lançado com uma frequência admirável, entre qualidade e quantidade de EP’s e singles, como se dá seu processo criativo?

Primeiro obrigado pelos elogios e pela observação. Eu amo fazer música, mas meu foco fundamental é produzir música Techno, desenvolvi uma musicalidade fora do normal, assim tudo que escuto hoje eu consigo me inspirar ou criar uma ideia nova em cima. Outra coisa, quando estou criando eu não me prendo em conceitos ou identidade, eu deixo simplesmente fluir. Depois eu adequo e busco label que lança esse som. Assim eu consigo produzir Melodic Techno, Techno e Hard Techno com total tranquilidade.

TechnoPerfect  – Você já obteve remixes de artistas com os quais vários produtores adorariam trabalhar, quem seria o artista que você adoraria poder remixar um dia? 

De primeira o Moby, ele é sensacional. Mas é claro que estou aberto, vai que aparece um Rufus du Sol, Anyma ou Adam Beyer!? Seria bom, né!

TechnoPerfect – Você acabou de lançar o EP “Obscurity” pela Kaligo Records, como se deu seu relacionamento com a gravadora?

Eu acompanho todas grande, médias e pequenas labels de Techno, a Kaligo Records tem um ótimo trabalho e também é a principal label de Techno brasileira. Também conheço o trabalho do fundador, o Melgazzo. Desde que eu o conheci, ele sempre deixou as portas da Kaligo abertas para mim. Não lancei antes nela pois eu buscava um momento especial, como este. Eu preferi crescer, conseguir meu espaço, para poder lançar na Kaligo e somar forças. É tanto que é meu primeiro lançamento numa gravadora nacional e também quero lançar mais EPs bombástico como Obscurity na Kaligo no futuro.

TechnoPerfect  – As batidas da faixa título “Obscurity” lembram referências de Raw Techno, nos  conta um pouco sobre seu processo criativo com esta faixa.

Eu acho que lembra muito as track mais antigas tipo “Nimbus” do Victor Ruiz e track “We Control” da Lilly Palmer. A sonoridade mais Raw porque usei timbres da bateria da drum machine Roland 909 e o synth Diva emulando Moog, também deixei os timbres bem secos, sem muitas ambiências. Basicamente eu usei sonoridade dessas duas tracks citadas como referência, eu escolhi todos os timbres bem criteriosos, juntei tudo e mais um arpeggio de cosmic techno, que encaixou super bem. E assim nasceu a Obscurity.

TechnoPerfect – Na faixa “Let Me Go” é possível perceber sua criatividade colocada a prova para os ouvintes com tons inovadores pelas linhas mais melódicas, qual foi sua inspiração para chegar neste resultado?

A inspiração para a faixa “Let Me Go” veio do hit da Frozen “Let It Go”, não parece, mas eu sou da zoeira. E quando saia do trabalho eu cantava o refrão. Quando lembrei que tinha uma seção de gravação aberta com diversas linhas melódicas da mesma frase. Como já fiz coral foi fácil trabalhar com os vocais. Apenas sequenciei camada por camada para criar uma textura de vocais tipo a faixa “Larala” do Ramiro Lopes e a minha faixa “Free My Mind”.  No segundo drop precisava ter uma melodia e synths com timbres novos, caso contrário seria mais uma track monótona e repetitiva.

TechnoPerfect – Rangel, muito obrigada por nos conceder esta entrevista! Tem alguma mensagem para o público?

Obrigado quem diz sou eu. Sempre é bom falar de música e falar de inspirações e artistas que eu admiro. Eu quero agradecer ao apoio da Kaligo Records, o suporte do Melgazzo e principalmente das pessoas e DJs que escutam, tocam e consomem música Techno. Então escute e aproveite o Obscurity por que foi pensado para vocês!!!

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