Felippe Yann fala sobre 5 novas referências musicais dentro e fora do Techno

Publicado 28 de outubro de 2020 | Por Marllon | News

A originalidade está muito ligada com as informações que absorvemos ao longo da nossa vida e essa é uma característica cada vez mais requisitada, seja numa entrevista de emprego, numa tarefa que você vai realizar ou, no caso de produtores, na música que será criada. É por isso que beber de diferentes fontes e sempre buscar pelo novo é fundamental para qualquer artista que deseja se diferenciar dos demais em busca da tão famigerada originalidade.

No caso de Felippe Yann, produtor de 28 anos que está há pouco mais de cinco no cenário eletrônico, essa visão está bem clara. Apesar de produzir Techno — tendo lançado o EP Resolutions pela Prototype Music em setembro — seus olhos e ouvidos estão sempre atentos a outros estilos e aqui ele nos fala sobre 5 projetos musicais que agregam no seu background musical.

Jacob Collier

Conheci o trabalho dele em minhas buscas de produtores de conteúdo relacionado a produção musical, fiquei impressionado com a qualidade e complexidade das músicas dele. Ele tem vários vídeos em que explica, dentro do estúdio e dentro do Logic (DAW), o processo de criação das tracks, desde timbres e técnicas de produção e mixagem até inspirações e emoções que quis trazer para os projetos. 

Jacob com certeza é um dos músicos que mais tem experimentado com arranjos e harmonias e como alteram/influenciam as emoções que uma música pode passar. Recentemente, duas músicas dele foram premiadas com Grammys: “Moon River”, como Melhor Arranjo Instrumental ou Acapella, e “All Night Long”, Melhor Arranjo, Instrumental e Vocais.

Andrew Huang

Conheci o trabalho do Andrew Huang no mesmo tipo de busca. O que mais me chama atenção nele é a diversidade das produções, experimentando e explorando diversos gêneros/estilos musicais. Outro ponto interessante é como ele consegue unir diferentes estilos dentro de uma música, como em “Summertime Feeling”, em que a música possui uma levada Indie/Disco e em certos momentos vocais e beat no estilo Rap/Hip Hop. 

No canal do Youtube ele traz muito conteúdo relacionado à produção musical e diferentes maneiras de trabalhar. Gosto muito de como ele vai fundo na busca de novos timbres e ritmos, principalmente quando usa os racks modulares do estilo Euro Rack (que trazem uma certa randomicidade para ritmos e melodias) e como ele trabalha em cima desses timbres/ritmos criados pelos modulares. Um dos vídeos que gosto muito de rever sempre é o que ele grava um piano caindo de alguns metros de altura, alguns vocais enviados pelos seguidores, samplea tudo isso e transforma na música “Love is Real”.

 

The Chemical Brothers

É complicado explicar o quanto as músicas do duo britânico fazem parte da minha vida e o quanto influenciam minhas buscas na produção musical, é o projeto que está a mais tempo no meu radar. A primeira vez que ouvi foi em uma noite naquelas horas da madrugada em que a MTV deixava clipes rolando sem parar e “Star Guitar”, que é um som incrível, com o videoclipe muito interessante, me grudou na tela. Fiquei focado, vidrado até o final para poder anotar o nome da música e do artista. Esse foi o começo da minha paixão pelas produções do duo. 

 

Essa interação que o projeto tem da música com o visual e de como um influencia e/ou completa o outro é bem interessante. Ainda não tive a oportunidade de vê-los ao vivo, mas em alguns vídeos no Youtube fica nítido como a parte visual é importante para o projeto. Em relação à música, algo que me impressiona é como conseguem trazer a pegada da música de pista para um público mais abrangente como em “Do It Again”, unindo vocais, timbres digitais e analógicos… é uma “bomba” na pista e foi um sucesso nas rádios e TV.

J Dilla

Indo para Detroit, J Dilla é com certeza um produtor que levou a produção de beats de Hip hop para outro nível. Minha primeira experiência com J Dilla foi em buscas por produções Hip Hop/Rap/RnB dos anos 90 e 2000’s. “E=mc²” possui um sample da música de Giorgio Moroder, um clássico, e mostra um pouco sobre a qualidade das produções dele. A maneira como ele consegue transformar os materiais que utiliza e terminar com um produto novo e único é algo que me inspira muito. 

Ele consegue “fugir” de certos recursos que o mundo digital trouxe para a produção musical como o “Quantize” (ferramenta que ajusta os elementos no tempo da música) com maestria e, por não utilizar recursos como esse, praticamente criou um estilo novo de produção, mais livre e menos “robotizado”. Há vários documentários sobre o produtor na internet e, também, vários vídeos de músicos comentando e analisando suas produções. O vídeo da Red Bull Music Academy em que Questlove da banda The Roots conversa sobre técnicas que J Dilla usava para criar linhas de bateria e como foi influenciado pelo estilo do produtor é bem interessante e vale a pena ver.

The Prodigy

Dessa lista é o grupo que conheci mais recentemente e logo se tornou indispensável na minha playlist diária. São conhecidos do pessoal da cena eletrônica e possuem uma gama de timbres distorcidos, ambiências num clima bem dark e ritmos muito interessantes. Gosto muito de como conseguem unir a apresentação com instrumentos tocados ao vivo com bases sampleadas e como eles interagem entre si, trazendo essa sonoridade única. A música “Omen” com suas baterias, guitarras e vocais distorcidos e atmosferas que parecem de filme de terror pós-apocalíptico representa o que me fascina sobre essa banda. 

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