GopTun chega com tudo em seu primeiro festival.

Publicado 6 de abril de 2022 | Por Vinicius Andrade | Destaques, News, Reviews
Fotógrafo Ariel Martini (by @CognicaoEletronica)

Quem acordou cedo no sábado dia 02, pode ter se desanimado ao ver o céu de São Paulo meio nublado e com aquela garoa que vem e vai, criando um clima de apreensão, já que o GopTun Festival começava às 13h.
Não iríamos chegar cedo mas ficamos em casa acompanhando o movimento das nuvens e montando nosso itinerário dos palcos, uma tarefa que não foi difícil, apesar de serem 48 artistas e 4 palcos.

Fotógrafo Ariel Martini (by @CognicaoEletronica)

Pontualmente às 21h chegamos no Canindé. Dizem que as primeiras impressões são as que contam e logo de cara já fomos surpreendidos com a organização e com o staff bem preparado. Fomos encaminhados à bilheteria para retirarmos nossos ingressos. Tinha muita gente chegando no mesmo horário que nós mas isso não foi um problema, pois nossa entrada no festival foi rápida e ficamos felizes ao ver que estavam conferindo, de fato, o comprovante de vacina.

Nosso primeiro passo foi o reconhecimento territorial. Demos uma volta geral pelos palcos para podermos entender mais ou menos a logística que teríamos durante a noite. Conseguimos perceber que a distância entre os palcos foi bem planejada para que nenhum show interferisse com o outro, além do que todos tinham bar próprio e banheiros, o que normalmente não acontece.

Lone @ Não Existe

Fotógrafo Ariel Martini (by @CognicaoEletronica)

O primeiro artista, que não podíamos perder, foi o Lone, em formato live. Então corremos para o palco “Não existe” nos posicionamos do lado direito e conseguimos ver de perto sua apresentação, que contou com a participação de um Live drummer. Foi uma surpresa boa que fez toda a diferença para a apresentação. Passeando pelo House, Eletronica e Breaks, Lone levou a pista ao delírio entre momentos etéreos com “Blue Moon Tree” e mais sérios com “Dragonrush”. Os leds que estavam posicionados atrás deles nos permitiam ver apenas suas silhuetas, uma vibe muito massa.

Craig Ouar b2b DJ ChãnceDaSilva @ Danceteria

Fotógrafo Ariel Martini (by @CognicaoEletronica)

Em seguida encontramos mais uma parte de nossos amigos e fomos ao palco “Danceteria” que tinha uma proposta mais intimista, sendo o único que era cercado por árvores. Quem tocava era Craig Ouar, frânces que se converteu ao carioquismo, b2b com DJ Chãncedasilva, fundador da festa Odara Sound Machine de Curitiba. Com uma pesquisa bem classuda, criaram uma atmosfera muito dançante, passando pelo Nu Disco e do Break ao Funk, deixando em evidência os sorrisos e a alegria na pista.

Danilo Plessow (MCDE) @ Main Stage

Fotógrafo Ariel Martini (by @CognicaoEletronica)

Próxima parada foi o palco “Main Stage”, com ninguém mais ninguém menos que Danilo Plessow (Motor City Drum Ensemble) que além de seus ótimos lançamentos, provou também ser um exímio seletor. Ao longo de seu set de 3 horas flutuou entre as diferentes vertentes do House, construindo um set muito alegre e envolvente, ousando em alguns momentos mais intensos com faixas de Techno. Manteve a pista cheia e vidrada durante toda sua apresentação, deixando aquele gostinho de quero mais na hora da troca de DJ’s. Para nós o ápice da noite foi quando tocou o clássico do Quando Quango – “Love Tempo”.

Break

Antes de partirmos para a próxima etapa, aproveitamos para sentar e conversar um pouco sobre a experiência até então. Em momento algum pegamos fila nos caixas, bares e banheiros. Não nos sentimos explorados com os valores das bebidas. O espaço em geral estava bem agradável visualmente e a iluminação dos palcos estavam on-point.

Avalon Emerson @ Supernova

Fotógrafo Ariel Martini (by @CognicaoEletronica)

Seguimos então para o “Supernova”, onde uma das DJs que estávamos mais curiosos para ouvir, Avalon Emerson, já estava tocando. Não sabíamos o que esperar antes de chegar ali, porém fomos surpreendidos com sua pesquisa e precisão nas mixagens. Com postura séria e concentrada em suas 4 Cdjs, surfou em alto BPM com faixas de Techno reto, mesclando em alguns momentos faixas mais melódicas e deep, hipnotizando a pista do começo ao fim. Pressão foi o adjetivo que encontramos para definir seu set.

Octo Octa & Eris Drew @ Main Stage

Fotógrafo Ariel Martini (by @CognicaoEletronica)

Para encerrar com chave de ouro, voltamos ao Main Stage para a apresentação mais esperada por nós, e acredito que por todos, Octo Octa & Eris Drew. No momento que pisaram no palco já conseguimos sentir a mudança de energia. As duas em perfeita sintonia em todos seus movimentos, animação e técnica em um set impecável, 100% vinyl, com muito Garage House, Euro House e Techno. O dia foi amanhecendo e a cada música a pista ficava mais envolvida com a presença de palco da dupla. Uma apresentação, que com certeza, vai ficar marcada.

A GopTun deixou marcado que temos um novo festival brazuca de qualidade, desde a organização estrutural passando pelo cuidado com a curadoria, que por sinal mandou bem demais. Quatro palcos que por mais que tivessem sua própria identidade, conversavam entre si, sem que houvesse choque sonoro. Tudo muito harmônico. As mais de 5 mil pessoas que passaram pelo festival foram presenteadas com um line-up equilibrado, plural
e representativo. Parabéns à produção. Acertaram e acertaram em cheio!

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