Papo Tech | Como a evolução da tecnologia ajudou a melhorar a produção do Trance?

Publicado 18 de maio de 2022 | Por Techno Perfect | Colunas, News, Papo Tech

Convidamos a experiente DJ Ekanta para comentar sobre os avanços 

Por Maria Angélica Parmigiani

Tecnologia e música eletrônica são duas vertentes que caminham lado a lado. Ao passo que a primeira avança, impulsiona-se a segunda. Aliás, é importante frisar que o conceito de “música eletrônica” é muito mais difuso do que só o rótulo das sonoridades que embalam as pistas. Ela está por tudo, no Pop, no Rock, no Reggaeton, no Funk, etc. Por isso, a análise de evolução é muito mais ampla, mas quando avaliamos pela ótica dos sons da pista de dança, fica nítido que tivemos um salto quântico nos últimos anos.

Primeiro, o avanço tecnológico no que diz respeito ao ato de tocar propriamente dito e à produção musical – que pode ser feita com um computador sem grandes aparatos. Além disso, outros fatores também contribuíram para que esse processo fosse progressivo e crescente: o acesso à informação e o interesse das pessoas a nível cultural sobre consumir esses sons. 

Hoje, temos escolas de DJs e produção musical especializadas em introduzir novos artistas no meio, algo que existia antes. Temos também grandes festivais e movimentos que convocaram uma legião de fãs pelo mundo, além da força inegável das redes sociais que promovem maior alcance. O que antes era muito mais nichado e cru, acabou se propagando para as massas, transformando-se em lifestyle e demonstrando seu potencial de mercado. 

Um bom exemplo que podemos citar foi o caso do Psytrance no Brasil. Ekanta, uma das precursoras desse movimento no país há mais de duas décadas e uma mulher pioneira nos sons de pista, viu de perto esse movimento acontecer e é com ela que trocamos algumas figurinhas sobre o assunto. Vem ver! 

Ekanta, tudo bem? Bom, você está envolvida com música eletrônica há uma vida e com certeza conseguiu observar os movimentos dela pelo Brasil e mundo. Quando foi o seu primeiro encontro com esse estilo, você se lembra? 

Ekanta: Olá, tudo bem sim, obrigada… E claro que me lembro! A primeira vez que ouvi Psytrance foi por uma fita cassete que minha irmã trouxe da Índia, foi aí que tudo começou…

Enquanto profissional você possivelmente sentiu essa evolução, já que são mais de duas décadas de envolvimento. O que te marcou nesse processo? Quais as mudanças mais significativas na sua visão? 

A nível de DJ comecei a tocar com Vinil, depois passei para o CD e agora estou no Pen Drive, tudo muito mais simples do que carregar aquele case enoooorme de vinil, onde cada disco tinha somente 2 ou, no máximo, 4 tracks. No pen drive a gente consegue incluir muita música! Os equipamentos também evoluíram bastante, do denon até o cdj 3000, hoje em dia temos muitos mais recursos para mixar.

E a nível de produção musical: são mais programas, mais equipamentos, plugins, possibilidades. O que, a nível tecnológico, você destacaria nesse desenvolvimento? 

Tudo! A inovação dos softwares, dos computadores e a própria internet estão mais acessíveis e fazem a grande diferença.

Além disso, é importante frisar que todo o processo foi uma crescente de muitas forças, como foi com o Trance. O acesso e o aumento de pessoas que abraçaram esse som contribuíram para esse crescimento. Em sua opinião, aquele “boom” nos anos 2000 ajudou nesse sentido? Quais fatores você enxerga como fundamentais para o crescimento da cena Trance?

Sim, ajudou muito, claro! Acho que o que mais fez a gente crescer foi a essência, a cultura psytrance e tudo que ela envolve, natureza, comunidade, espiritualidade, transcendência, expansão de consciência… e claro, a música que é especial, muito única.

Os movimentos e grandes festivais também injetaram força para esse crescimento. Você, envolvida com o Universo Parallelo, sabe que no festival temos muitas pessoas que vão além da comunidade do Trance. Você sente que contribuíram com evolução aqui em nosso país, encorajando pessoas a produzirem eventos e fomentar a cena?

Ekanta: Ah, modéstia parte eu tenho certeza que sim, né? 

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